domingo, 18 de outubro de 2015

A Invasão Zumbi (Rise of the Zombies, EUA, 2012)


O que se pode esperar de um filme de zumbis produzido pela “The Asylum”? A resposta somente pode ser uma tranqueira colossal sem absolutamente nenhuma intenção em apresentar algo diferente de tudo que já se viu nesse super explorado sub-gênero do cinema de Horror. “A Invasão Zumbi”, dirigido por Nick Lyon, que também foi o cineasta de outro filme de mortos-vivos da “The Asylum”, “Apocalipse Zumbi” (2011), certamente faz parte do que costumo chamar de cinema fantástico bagaceiro do século XXI. Ele se enquadra na imensa lista de filmes ruins de horror e ficção científica produzidos nesse início de novo século, onde alguns até divertem um pouco justamente pelas características bagaceiras. No caso de “A Invasão Zumbi”, uma das poucas coisas que vale o registro é a curiosidade de apresentar no elenco dois nomes interessantes que chamam a atenção dos fãs. Temos o veterano Danny Trejo, com mais de 300 filmes no currículo, e que não se importa nem um pouco em participar de uma infinidade de porcarias, sempre fazendo papéis de homem durão com cara feia e portando armas, e também tem a presença de LeVar Burton, mais conhecido como o Tenente Geordi La Forge da série de TV “Jornada nas Estrelas: A Nova Geração” (1987 / 1994).
O filme é ambientado na cidade americana de São Francisco, Estado da Califórnia, onde um apocalipse zumbi instaura o caos através de um vírus que transforma as pessoas infectadas em mortos-vivos em busca de carne e sangue. Nesse cenário depressivo, um grupo de sobreviventes está isolado numa ilha na prisão de Alcatraz, tentando impedir a invasão dos zumbis e encontrar uma cura para a contaminação. O grupo é formado, entre outros, pelos cientistas Dra. Lynn Snyder (Mariel Hemingway) e Dr. Dan Halpern (LeVar Burton), a jovem Ashley (Heather Hemmens), além de homens armados como Marshall (Ethan Suplee), Capitão Caspian (Danny Trejo) e seu sobrinho de criação Kyle (Chad Lindberg).
Após os zumbis invadirem Alcatraz, os refugiados deixam o local na tentativa de encontrarem na cidade o cientista Dr. Arnold (French Stewart), que está trabalhando numa vacina para curar a contaminação e evitar a extinção da humanidade. No caminho, eles enfrentam hordas de mortos-vivos famintos por suas carnes.
Pela sinopse percebe-se claramente o imenso clichê que é a história, algo já contado tantas vezes, mas que ainda é explorado pelos produtores picaretas. É a manjada fórmula constituída por infecção desenfreada pela propagação de um vírus desconhecido, com pessoas isoladas lutando pela sobrevivência em meio ao caos, e a tentativa de estudar a origem da contaminação e encontrar uma cura para impedir o extermínio da raça humana. O filme é ruim não apenas pelo roteiro comum, e sim também pela produção geral, com o uso exagerado de CGI vagabundo e imensas falhas como o fato das cenas externas não mostrarem uma cidade destruída por um apocalipse zumbi, não convencendo como um ambiente de desolação. Ao contrário, é possível até percebermos uma movimentação normal ao redor. E ainda tem uma tentativa frustrada com diálogos rasos para discutir conceitos de religião, com a fé do personagem Marshall na esperança de dias melhores, contra a razão defendida pela cientista Dra. Snyder, que vê o mundo em decadência crescente. Porém, apesar do clichê gigantesco da história com a total falta de vontade dos realizadores em mostrar algo diferente, por menor que seja, é ainda possível com esforço do espectador e pouca exigência, destacar um sentimento de pessimismo com a morte violenta de vários personagens, e uma cena tensa envolvendo um bebê recém-nascido.
“A Invasão Zumbi” é mais uma daquelas bagaceiras que diverte pouco, e nem a presença do cultuado Danny Trejo consegue evitar que o destino do filme seja o limbo dos esquecidos.
Curiosamente, tem uma cena copiada de “Dia dos Mortos” (Day of the Dead, 1985), do mestre George Romero, envolvendo um braço zumbificado decepado e a forma dolorosa de cauterização da ferida. 
(Juvenatrix – 18/10/15)

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