quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Latidos de Pánico (Panic Beats, Espanha, 1983)


Latidos de Pánico” (“latidos” em espanhol significa “batimentos cardíacos”) é um filme de horror “exploitation” de 1983, também conhecido pelo título em inglês “Panic Beats”. Foi dirigido e escrito pelo multifuncional Paul Naschy, que é o pseudônimo de Jacinto Molina Álvarez (1934 / 2009). Ele também é o ator principal e é considerado um nome cultuado no mundo do cinema de horror bagaceiro, com grande quantidade de créditos em sua vasta carreira.
Continuação da tranqueira divertida “El Espanto Surge de la Tumba” (1973), o roteiro volta a mencionar o temível Alaric de Marnac (Paul Naschy), um cavaleiro medieval com armadura que matou violentamente sua esposa por infidelidade (vista numa introdução de forte impacto de violência), além de ser conhecido por vários crimes hediondos, prática de bruxaria e por beber sangue humano. Segundo uma lenda, ele voltaria do mundo dos mortos a cada 100 anos para se vingar das mulheres da família Marnac.
Saltando no tempo para os dias atuais (década de 80 do século passado pela produção do filme), num pequeno vilarejo rural francês, próximo de Paris, somos apresentados para Paul Marnac (novamente Paul Naschy), que se muda para o interior justamente para preservar a saúde debilitada da bela e rica esposa Geneviéve (Julia Saly), que tem sérios problemas cardíacos. Ao chegarem à casa de campo do casal, eles são recebidos pela veterana governanta Mabile (Lola Gaos) e sua bela e jovem sobrinha Julie (Pat Ondiviela). Porém, uma sucessão de eventos estranhos e misteriosos, assassinatos violentos e traições constantes movimentam o ambiente instaurando o horror e manchando a casa com o vermelho do sangue.
Assim como os europeus Jesus Franco (1930 / 2013, também espanhol) e o francês Jean Rollin (1938 / 2010), realizadores muito produtivos, entre outros, com uma infinidade de trabalhos de direção, roteiro e atuação, é inegável também registrar a contribuição de Paul Naschy para o cinema fantástico bagaceiro. E em “Latidos de Pánico” não faltam todas aquelas características e clichês divertidos dos filmes de orçamentos reduzidos e história bizarras. Temos belíssimas mulheres nuas (especialmente Silvia Miró, que interpreta Mireille, uma amante de Paul Marnac), um assassino com luvas pretas, o casarão com atmosfera gótica, várias cenas sangrentas com mortes dolorosas em feridas gosmentas e tripas expostas, cadáveres putrefatos, e tudo sem a artificialidade do CGI, apenas com os nostálgicos, trabalhosos e sempre bem vindos efeitos de maquiagem.
É verdade também que o roteiro é extremamente previsível, onde sabemos sem esforço e com antecedência a sucessão dos eventos, porém a mistura de horror sangrento, com família amaldiçoada, fantasma vingativo, ganância do ser humano e conspirações, sempre desperta o interesse e garante a diversão.
Entre os destaques, temos o início ambientado no passado, com o sanguinário cavaleiro perseguindo uma mulher nua pela correndo pela floresta desesperada, as várias mortes sangrentas (principalmente os ataques com a arma medieval mangual, que rasga a carne e dilacera os ossos de suas vítimas), e o desfecho passado no interior de uma igreja, também carregado de muita violência.
(Juvenatrix – 21/12/16)

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