terça-feira, 4 de abril de 2017

A Marca do Vampiro (Pale Blood, EUA / Hong Kong, 1990)


Lançado em VHS no Brasil pela “Sato Comunicações”, “A Marca do Vampiro” (Pale Blood, 1990) é um obscuro filme de vampirismo totalmente datado, nos remetendo ao período de transição entre as décadas de 80 e 90 do século passado, uma época sem as facilidades do celular, da internet e dos efeitos artificiais de computação gráfica. Tudo é datado, desde a atmosfera, figurinos e trilha sonora, com várias músicas da banda americana de punk rock “Agent Orange”.
Numa co-produção entre EUA e Hong Kong e com direção de V. V. Dachin Hsu e Michael W. Leighton, a história é sobre a chegada aos Estados Unidos de um misterioso homem vindo da Europa, Michael Fury (George Chakiris), atraído pela ocorrência de estranhos assassinatos em série de mulheres, que apresentavam sinais de mordidas no corpo e com o sangue drenado, como se fossem atacadas por um vampiro. Ele solicita ajuda para investigar os casos, contratando uma bela jovem, Lory (Pamela Ludwig), representando uma agência de detetives. Ela é aficionada pelo tema do vampirismo, consumindo filmes e livros sobre o assunto. Em paralelo, um videomaker esquisito, Van Vandameer (Wings Hauser), contrata duas dançarinas de boate, Jenny (Diana Frank) e Cherry (Darcy DeMoss) para participarem de um filme erótico, e misteriosamente ele sempre aparecia nas cenas dos crimes para captar imagens. Com os principais personagens apresentados, a ideia é descobrir a autoria das mortes sangrentas e a possível relação com as ações de um vampiro.
Primeiramente, vale registrar uma crítica na escolha do nome nacional, que poderia ser uma tradução literal do original, algo como “Sangue Pálido”, uma vez que já existia um filme chamado “A Marca do Vampiro” (Mark of the Vampire), de 1935 e com o ícone Bela Lugosi, confundindo os colecionadores e apreciadores do cinema fantástico, e dificultando ainda mais um trabalho de catalogação.
Esse “A Marca do Vampiro” de 1990 não apresenta nada que já não tenha sido visto à exaustão em filmes de vampirismo, e sua existência praticamente significa apenas mais um produto dentro do tema e que foi criado para permanecer no limbo do esquecimento. A presença do ator canastrão Wings Hauser, um rosto conhecido em uma infinidade de produções bagaceiras, pode até ser um convite para conhecer o filme, mas a narrativa arrastada e os clichês por outro lado tendem a afastar o espectador.
Curiosamente, no quarto da jovem investigadora Lori, consumidora de produtos relacionados ao vampirismo, podemos notar a exibição do clássico “Nosferatu” (1922) na televisão, além de posters de cinema nas paredes, com destaque para uma foto do ator Bela Lugosi caracterizado como “Drácula” e o cartaz francês do filme “O Beijo do Vampiro” (Kiss of the Vampire, 1963) da lendária produtora inglesa “Hammer”.
(Juvenatrix –03/04/17)

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